Como estamos no mês
de agosto, e tínhamos decidido dedicar especial atenção à nossa região, e aos
tesouros literários de nossa terra, riquíssimo Brasil, resolvemos seguir nossa
intuição e produzir alguns conteúdos sobre nossas raízes literárias, dando
destaque às lendas folclóricas. Além da lenda da Iara, as lendas do
folclore reúnem outras histórias de origem indígena. As mais populares são o saci, o curupira, a mula sem cabeça, o lobisomem, o boitatá, o boto cor-de-rosa e a vitória-régia...
Começaremos a nossa série com Iara, um retrato
de cada uma de nós, guerreiras incansaveis, mulher brasileira:
Iara
A Iara é uma
personagem do folclore brasileiro. É uma sereia, pois da cintura para baixo ela
é um peixe, e da cintura para cima tem o corpo de mulher.
Ela vive no fundo dos rios, especialmente do rio Amazonas, e seu nome é de origem indígena,
significando “aquela que vive na água”.
A lenda da Iara foi criada pelo povo tupi-guarani.
Eles contam a história de uma poderosa índia que, antes de virar sereia, vivia
em uma tribo junto com a sua família, esbanjando beleza por onde passava. Iara
era tão bela que causava inveja em muitas pessoas, inclusive, em seus irmãs e
irmãos que, inconformados com isso, queriam matar a índia e desaparecer com o
corpo.
Em uma noite qualquer, eles a enganaram e
levaram para a beira do rio que ficava perto da tribo, haviam decidido em
conjunto que naquela noite executariam o plano de se livrarem da irmã. Chegando
no local foram surpreendidos com a força da índia guerreira, que conseguiu
escapar da armadilha nadando para fundo
do rio, despertando os jacarés e piranhas que estavam por perto que acabaram
por devorar aqueles que a perseguiam, contando com a ajuda do destino reverteu
a situação a seu favor .
Com medo que seu
pai, o pajé (chefe religioso da tribo) da tribo,
descobrisse e aplicasse um castigo, ela fugiu, mas foi descoberta. Assim, seu
pai a lançou no Rio Negro e Solimões como forma de punição por
estar envolvida na morte dos seus irmãos.
A lenda da Iara diz que a índia foi salva pelos peixes e como era noite de lua cheia, ela foi transformada em
uma sereia. Atualmente, a lenda da Iara é representada por uma bela sereia que
atrai homens com o seu irresistível canto, para o fundo dos rios, local de onde
geralmente eles não voltam nunca mais.
Reza a lenda que os homens que conseguem
retornar à superfície ficam em completo estado de loucura, no qual somente um
pajé é capaz de desfazer o feitiço.
Antes de atrair os
homens para a “emboscada”, a sereia Iara passa a maior parte do seu tempo
sentada sobre as pedras, admirando a própria beleza refletida nas águas, enquanto penteia seus longos e negros cabelos, rodeada pelos peixes e demais
criaturas encantadas que vivem nos rios.
Embora tenha origem na região amazônica, a
lenda da Iara é conhecida em todas as regiões brasileiras e,
dependendo da região, seus aspectos físicos, como olhos e cabelos podem
adquirir novas formas e cores.
A lenda da Iara
também tem ligação com outras religiões, como é o caso do candomblé. Na religião, a
sereia Iara é atribuída ao orixá de origem africana: Iemanjá, que é como se
fosse uma “mãe protetora dos pescadores”, aquela que os livra dos perigos do
mar.
Os fiéis ao
candomblé realizam as suas homenagens em ambientes fechados, enquanto que
outros devotos preferem fazer os cultos em locais abertos, a exemplo de rios, lagoas
e praias.
Na Bahia, suas festividades são comemoradas com
grande júbilo no dia 02 de fevereiro de
cada ano , quando é possível ver os devotos e se juntar a eles fazendo oferendas
de rosas brancas, perfumes, bijuterias e
espelhos etc nas principais praias de sua capital Salvador.
Conhecida como a “Rainha
do mar” é um orixá africano feminino, padroeira dos pescadores, jangadeiros,
marinheiros e todos que frequentam os ambientes marinhos. É igualmente
protetora dos lares, das crianças, por todos que desejam ser felizes no
casamento e gestantes que a invocam na hora do parto como uma “mão guia” para
esse momento especial. Além disso, Iemanjá é considerada como a “Afrodite
brasileira”, que é como se fosse a deusa do amor para os apaixonados.
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